9.5.19

a flor e o medo

ouço tua voz e choro contigo

dói
não te dar a vida
daquela flor
que o poeta viu furar o asfalto
vencer a náusea
o nojo
o medo

para que dela possas colher
o milagre da respiração

dói
não te ver aspirar de levinho
a esperança
e agarrar com força
as lutas que já te batem à porta

ouço teu choro
grito por aquela flor que na fragilidade se fez vida.