depois de tantos dezembros
só quero um violão
sangrando bossa
e a garantia de arrepios
numa voz cristalina
plantada em jardins de poemas
depois de tantas lutas
só quero os despojos
colhidos ao longo da estrada
a equilibrarem-se à beira dos dias
ao som de pássaros e blues
que rondam a inspiração do poeta
depois de tantas vidas
só quero um mundo
onde amar nunca se complete.