9.7.21

à hora em que as sombras descem

 

em meio à obscenidade das cruzes

um olho se arregala

 

do azul nascem pássaros

a tangenciar voos partidos

 

crianças saltam do sono

para a mira de fuzis

 

mulheres tecem toucas

para bonecas sem cabeças

 

tiros sangue sirenes

escorrem entre dedos cruzados

 

vida exaurida de desânimos

soluça entre vazios e procissões

 

aos ouvidos da noite

resta o grasnar do corvo de poe.