9.7.21

no limiar do desconhecido

 

preciso de algo maior do que eu
menos olhos
menos ouvidos
mais silêncios a me envolver

 

preciso devolver-me

à alguma descrença
a qualquer passo
aos mais baixos mistérios

 

minha existência

não se explica na física quântica
e a morte é um corte que se aprofunda
nesta secreta esperança de perenidade

 

de quanto afeto precisarei
para perdoar esta mão

que está a se retirar da minha?