vivíamos suspensos
na respiração um do outro
nas mãos que se comiam lascivas
nas línguas que inventavam tempestades
gozávamos intensidades
na respiração um do outro
nas mãos que se comiam lascivas
nas línguas que inventavam tempestades
gozávamos intensidades
no abraço de nossas satisfações
sonhávamos o próximo gozo
e se um de nós morria
a fome do outro soprava-lhe vida
sonhávamos o próximo gozo
e se um de nós morria
a fome do outro soprava-lhe vida
agora a paixão virou amor
sem nenhum incêndio que ameace nossos edifícios
sem nenhum incêndio que ameace nossos edifícios
então não me peça licença
tenta-me
surpreenda-me
faça-me novamente flor de coitos
mate-me para que eu possa me desfolhar em ti
tenta-me
surpreenda-me
faça-me novamente flor de coitos
mate-me para que eu possa me desfolhar em ti
o amor guardaremos para o final do outono.