resistência
não dei a ninguém o direito de me jogar no chãode arrastar no asfalto
meus sofridos sonhos
quebrar as pernas
da minha esperança
nem imaginei ver
esta enxurrada de injustiças
e a insolente destruição
dos caminhos que conquistei
acham que assim vão me calar?
posso demorar mas me levantarei
com a força
das minhas verdades
desmentirei os mitos
porque sou quilombola
porque sou kantaruré
porque sou os pés descalços
dos morros e periferias
porque sou as rachaduras
da pele moída de sol
porque sou o grito
deste incansável brasil
minha resistência surpreende?
posso demorar mas me levantarei.